Inmetro avalia qualidade da banda larga no Brasil PDF Imprimir E-mail

 

Todas as operadoras avaliadas apresentaram problemas. Contrato foi quesito com maior número de irregularidades.

Se você nunca mais ouviu a "musiquinha" da conexão telefônica, é provável que você já tenha em casa uma internet de banda larga, criada para enviar e receber dados em alta velocidade.

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O problema é que às vezes, essa internet rápida... não é tão rápida assim. Por isso, o Inmetro decidiu testar a qualidade dos serviços de banda larga mais usados nas três capitais com o maior número de assinantes.

“Há uma demanda grande da sociedade, um número alto de reclamações e o Inmetro decidiu partir para essa avaliação”, diz Rodolfo Sabóia, chefe da divisão de telecomunicações do Inmetro.

A análise foi feita em parceria com a Agência Nacional de Telecomunicações, a Anatel, e o Comitê Gestor da Internet, que monitora o funcionamento da rede no nosso país.

Durante dois meses, um equipamento desenvolvido pelo comitê foi instalado na casa de voluntários. Em São Paulo, foram testados o Virtua, da Net, e o Speedy, da Telefônica, que juntos respondem por 91,14% dos assinantes paulistanos.

No Rio de Janeiro, o Inmetro avaliou mais uma vez o Virtua, da Net e o Velox, da Oi, responsáveis por 94,52% do mercado carioca. E em Belo Horizonte, além do Virtua e do Velox, foi testado também o serviço da GVT. Somados, eles representam quase 89,58% das assinaturas locais.

Quando a banda é de maior velocidade você realmente consegue fazer vídeo-chamada, acessar páginas na internet de maneira muito rápida, você consegue entrar nas redes sociais.

O Inmetro, antes de mais nada, avaliou a velocidade oferecida pelas operadoras. E nesse quesito fundamental, todas foram aprovadas: GVT, em Belo Horizonte, Velox, da Oi, em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, Speedy, da Telefônica, em São Paulo, e Virtua, da Net, nas três cidades testadas.

Todos os provedores também passaram nos testes de latência, que é o tempo de resposta a qualquer solicitação que você faça pela rede, e de avisos de endereços inexistentes sem desvio para propaganda.

Mas em três quesitos, as operadoras testadas apresentaram problemas. Primeiro, quanto à disponibilidade da banda larga. Ou seja, o tempo total em que internet está de fato funcionando na sua casa.

O tempo de disponibilidade é definido como 99%. Isso dá um tempo de 7 horas em um mês que o serviço poderia ficar fora do ar. Falharam neste quesito: Velox, da Oi, no Rio de Janeiro, GVT, em Belo Horizonte e Virtua, da Net, nas três cidades testadas.

Imagens congeladas e ruídos de comunicação acontecem quando há uma perda de dados durante a conexão. E, nesse ponto, apenas um dos provedores de banda larga testados apresentou uma perda acima do considerado aceitável: o Virtua, da Net, em Belo Horizonte.

Existem sites independentes que avaliam na hora - e de graça - a qualidade da sua conexão. É o caso do www.simet.nic.br

O contrato foi campeão de irregularidades entre os provedores de banda larga. E nesse quesito, o da análise contratual, o Inmetro encontrou problemas em todas as operadoras. “A empresa deve fornecer o contrato ao usuário. Isso é um direito do usuário é um dever da prestadora”, explica Fábio Mandarino, gerente de regulamentação da Anatel.

Só que, na prática, o consumidor precisa vasculhar o site da operadora para ter acesso ao contrato. E tem mais. Os contratos feitos com os consumidores são muito desproporcionais. Eles não têm garantias mínimas de qualidade do produto que estão comprando.

O Inmetro diz que a velocidade mínima e a máxima da conexão deveriam estar especificadas no contrato feito com o assinante, mas isso não foi encontrado nos contratos do Virtua, do Velox, da GVT e do Speedy.

Outra irregularidade, segundo o Inmetro: nenhuma empresa provedora de banda larga garante em contrato a totalidade do serviço que promete. Isso vai contra o código de defesa do consumidor. O Velox, da Oi, por exemplo, diz que não se responsabiliza por alterações de velocidade na conexão.

O Speedy da telefônica e a GVT alegam que o serviço pode falhar por causa de "fatores externos". E o Virtua, da Net, afirma garantir apenas 10% da velocidade contratada pelo assinante.

O Inmetro procurou as empresas testadas para cobrar explicações:

- A GVT informa que não identificou falhas significativas em seu serviço de banda larga, mas diz que já fez algumas modificações nos contratos.

- A Oi, responsável pelo Velox, também afirma que vai fazer alterações nos contratos com seus assinantes.

- A Net, que oferece o Virtua, atribui as irregularidades técnicas a fatores como manutenções e furtos de cabos. E alega que o consumidor é previamente informado sobre o serviço contratado.

- E a Telefônica, responsável pelo Speedy, contesta a análise contratual feita pelo Inmetro e diz que seu serviço respeita o código de defesa do consumidor.

“É importante esclarecer, tem que ser informado no contrato, a velocidade que o usuário contratou e que deverá experimentar”, alerta Mandarino.

Diante do resultado do teste, a Anatel anuncia que está elaborando um novo e mais rígido regulamento de controle de qualidade do serviço e informa que os consumidores que se sentirem lesados devem procurar a agência.

Os telefones de contato da Anatel são 1331 e 1332

Fonte: Programa Fantástico - Globo